domingo, 17 de maio de 2015

O Texto Narrativo. Características do Conto. O Diabo e o Granjeiro - um conto popular alemão, por Tatiana Belinky. Atividades

O diabo (de vermelho)
e o lavrador
Toda história pertence a uma modalidade de texto chamada texto narrativo, que significa narrar, relatar  um determinado assunto.   O texto narrativo é baseado na ação que envolve: a)  personagens;  b) tempo; c)  espaço; 
d)  conflito.
O texto narrativo apresenta  a seguinte  estrutura:

1- Introdução ou apresentação - é o início da história a ser narrada, onde o narrador apresenta os fatos iniciais, os personagens e, na maioria das vezes, o tempo e o espaço;

2- Complicação ou desenvolvimento - parte em que se desenvolve o conflito. O conflito é o momento em que algo começa a acontecer, e nós, como leitores, ficamos surpresos à espera do que está por vir; 
3- Clímax - É o momento mais tenso da narrativa, pois tudo pode acontecer, podendo ser aquilo que esperávamos ou não.
4- Desfecho  ou conclusão – Revela o final da história, a solução para o conflito, sendo que este fim poderá ser de vários modos: triste, alegre, surpreendente, engraçado, e até mesmo trágico.

Os Elementos da Narrativa - Os elementos que compõem a narrativa são:

- Foco narrativo (1º e 3º pessoa);
- Personagens (protagonista, antagonista e coadjuvante);
- Narrador (narrador-personagem, narrador-observador).
- Tempo (cronológico e psicológico);           - Espaço.


Adaptado de Marina Cabral. Especialista em Língua Portuguesa e Lit. Site Brasil Escola. 

 Características do Conto

O conto é um exemplo de texto narrativo, e  tem as seguintes características:
 1.  é  uma narrativa curta (o texto é  pequeno);
 2. tem poucos  personagens. Exemplo:   
a) Vítima;  b)  herói/ heroína; c) vilão/ bruxa;    *d) adjuvantes (os que ajudam o herói); 
e)* oponentes (os que ajudam o vilão);
 3. concentração do tempo e do espaço, que são  apresentados logo no início;
      4.  ausência de tempo cronológico;
      5. o tempo é expresso por meio de expressões que indicam  o passado. Exemplo: “Era uma vez...”; “Há muito tempo atrás ...”.
*Adjuvantes - são os personagens secundários que ajudam o herói;  
*Oponentes - são os personagens secundários que ajudam o vilão a fazer oposição ao herói.                                   
Conto de fadas:Branca de Neve
e os  Sete Anões
 

Contos Maravilhosos:  conto popular e conto de fadas 


Os contos populares e os contos de fadas fazem parte do chamado  conto maravilhoso, um gênero literário da tradição oral. 

1- Conto popular - é um gênero narrativo de histórias geralmente anônimas, que giram em torno de situações criadas pelo imaginário.  É comum na tradição do conto popular a modificação da história e mesmo a introdução de personagens típicos da região de origem em que ele é contado.
O conto popular, portanto, é um gênero textual da oralidade. Por isso, tem muitas versões,  por ser  transmitido  de boca em boca, de geração a geração, fazendo jus ao provérbio popular que diz: "quem conta um conto aumenta um ponto".Traduzindo quer dizer:   a cada vez que uma história é contada por alguém, ela é modificada pela pessoa que a está  recontando. Os escritores tornam a história conhecida  reinventando-a ou criando  a sua própria versão. 

2- Contos de fadas - todo conto popular revela uma tendência muito grande para o encantamento: aquelas situações em que ocorrem transformações provocadas por algum tipo de magia, que não são explicadas de modo natural. É isso que define o conto de fadas, tornando-o distinto do conto popular. 
              
Agora que você conhece um pouco sobre o  gênero conto popular, vamos conhecer  um conto alemão na versão narrada pela escritora  de literatura infanto-juvenil Tatiana Belinky. Identifique na narrativa, o que acabamos de estudar. 
                                    
 Início 

O Diabo e o Granjeiro - um conto popular  alemão, por Tatiana Belinky

Um pobre lavrador precisava construir a casa de sua pequena granja, mas não conseguia realizar esse sonho, pois o que ganhava mal dava para alimentá-lo, junto com sua mulher. Por mais economia que fizesse, não conseguia juntar o necessário para começar a construção.  


Um dia, estando a caminhar pelo seu pedaço de chão, mergulhado em tristes pensamentos, deu com um velho esquisito que lhe disse com voz desagradável:

 – Para de preocupar-te, homem. Eu posso resolver o teu problema antes do primeiro canto do galo, amanhã cedo. 
– Como assim? – espantou-se o lavrador. 
Pequena granja


– Tu precisas construir a casa da granja, certo? Pois eu me encarrego de construir e entregar-te essa obra, antes do canto do galo, em troca de uma pequena promessa tua. 
– Que promessa? Não tenho nada para te oferecer em troca de tal serviço. 

– Não importa: o que quero  que me prometas é um bem que tu tens, mas ainda não sabes. É topar ou largar. 

O pobre granjeiro pensou com seus botões: “o que é que eu tenho a perder?” E, sem hesitar mais, respondeu ao velho que aceitava o trato e fez a seguinte observação

– Só que quero ver a casa da granja construída, amanhã, antes do canto do galo – observou, ainda meio incrédulo. 

E voltou correndo para casa, para comunicar à esposa o bom negócio que acabara de fechar. A pobre mulher ficou horrorizada, e disse: 

– Tu és um louco, marido! Acabas de prometer àquele velho, que só pode ser o próprio diabo, o nosso primeiro filho, que vai nascer daqui a alguns meses! 


O homem, que não sabia da gravidez, pôs as mãos na cabeça, mas não havia mais nada a fazer: o pacto estava selado. A mulher, porém, que não estava disposta a aceitá-lo, ficou pensando num jeito de frustrar o plano do diabo. E naquela noite, sem conseguir dormir, ficou o tempo todo escutando, apavorada, o barulho que o demônio e seus auxiliares infernais faziam, ao construírem a tal obra, com espantosa rapidez. 

A noite ia passando, aproximava-se a madrugada. Mas, pouco antes de o céu clarear, quando faltavam só umas poucas telhas para a conclusão da obra, a atenta mulher do granjeiro pulou da cama e, rápida e ágil, correu até o galinheiro, onde o galo ainda não despertara. 

O galo canta:
co-co-ri-có ! 
Tomando fôlego, imitou o canto do galo, com tal perfeição que todos os galos da vizinhança, junto com o seu próprio, lhe responderam com um coro sonoro de cocoricós matinais, momentos antes do romper da aurora. 

Como um trato com o diabo tem de ser estritamente observado, tanto pela vítima como por ele mesmo, a obra em final de construção teve de ser parada naquele mesmo instante, por quebra de contrato “antes do primeiro canto do galo”. 

E o diabo, espumando de raiva por se ver assim ludibriado e espoliado, se mandou de volta para o inferno, junto com seus acólitos, para nunca mais voltar àquele lugar. 
Mas a casa da granja permaneceu construída, para alegria do granjeiro, faltando apenas umas poucas telhas que jamais puderam ser colocadas. 
Autora: BELINKY, Tatiana. “O diabo e o granjeiro”. In: Revista Nova Escola, 
São Paulo, n.º 84, Mar 1995. Disponível em:
 http://aquitemboasideias.spaceblog.com.br/1481939/O-diabo-e-o-granjeiro-lenda-alema/

FIM 
Assista ao vídeo para ouvir o canto do galo:  https://www.youtube.com/watch?v=aS_j0tAD99Q

Vocabulário 
1.incrédulo – que não acredita facilmente em alguma coisa; 
2. frustrar – fracassar;                 3.ludibriado – enganado; 
4. espoliado – roubado, fraudado; 5. acólitos – seguidores, acompanhantes;
6. ágil - rápido, ligeiro, ativo; 7.esquisito - estranho, de mau aspecto, feio;
8. galinheiro cercado onde se guardam galos e galinhas;vendedor de galinha.

ATIVIDADES 


Galinheiro
1. Você já conhecia essa historinha? Gostou? Quem escreveu? 
2. O que mais lhe chamou atenção? Acredita que isso possa acontecer  na vida real ?  Qual foi a  parte  que você achou mais interessante? E a mais engraçada?   
3. Responda sim ou não:  trata-se de  um gênero textual  da oralidade chamado conto popular. Sim/Não.
4. 
4. Preencha o quadro abaixo: 
a) na primeira coluna  escreva os nomes dos personagens da história, começando pelos três principais; depois o personagem secundário oponente; em seguida o personagem  secundário adjuvante;
b) na segunda coluna  indique  os lugares onde acontecem  as ações  
protagonizadas  pelos personagens; 
c) na terceira escreva palavras ou expressões  do texto que indiquem as características dos personagens e dos lugares das ações



Personagens principais 
 Lugares
(cenários)

características
1.



2.



3.



4.
Personagem  secundário  oponente






5.
Personagem  secundário  adjuvante







Sites consultados
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2 comentários:

  1. O melhor teatro escolar que já fiz 2007 um ano inesquecível o tempinho bom

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    Respostas
    1. Adinaldo, recordar é viver. Parabéns por suas doces lembranças!
      Volte sempre! Compartilhe!

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